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Observatórios e Redes de Pesquisa discutem experiências e perspectivas em Oficina de Trabalho do OAPS no 5º PPGS

Por Observatório do SUS

A quinta edição do Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão da Saúde, promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco),  reuniu mais de 3 mil participantes, incluindo trabalhadores, pesquisadores, gestores e integrantes de movimentos sociais da Saúde, entre os dias 3 e 6 de novembro em Fortaleza (CE). O evento abordou temas centrais como políticas públicas, financiamento dos sistemas de saúde e o complexo econômico-industrial da saúde.

Além da programação principal que movimentou o Centro de Eventos do Ceará (CEC) com debates, mesas redondas, rodas de conversa e atividades culturais, foram realizadas atividades pré-congresso nos dias 3 e 4 de novembro, incluindo reuniões, simpósios, encontros, cursos e oficinas.

A coordenação do Observatório do SUS da ENSP foi convidada a participar da Oficina de Trabalho do Observatório de Análise Política em Saúde (OAPS), realizada no dia 2 de novembro, no Campus Benfica da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Promovida pelo Conselho Gestor do OAPS, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), a oficina reuniu pesquisadores, docentes e pós-graduandos para discutir abordagens teórico-metodológicas sobre análise política em saúde. O evento foi estruturado em duas mesas-redondas seguidas de debates.

A primeira mesa foi coordenada pela professora Monique Azevedo Esperidião (ISC/UFBA), membro da Coordenação Geral do OAPS, e teve como tema As Redes de Pesquisa em Análise Política em Saúde e suas contribuições para a defesa do Sistema de Saúde. Ana Luiza d’Ávila Viana (USP), coordenadora do projeto Política, Planejamento e Gestão das Regiões e Redes de Atenção à Saúde no Brasil, iniciou as apresentações. Viana compartilhou desafios e experiências do projeto, enfatizando as estratégias de comunicação da plataforma Regiões e Redes, dedicada à disseminação de pesquisas interdisciplinares para fortalecer o compartilhamento de conhecimentos e experiência que possam contribuir para melhorar a saúde da população brasileira.

Lenaura Lobato, coordenadora do Núcleo de Avaliação e Análise de Políticas Sociais (NAP/UFF) e vice-presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), seguiu com uma reflexão sobre questões teórico-metodológicas da análise política, abordando as complexidades envolvidas. Eduardo Magalhães (UFABC) apresentou resultados de sua pesquisa de pós-doutorado, que identificou a saúde suplementar como o terceiro setor empresarial mais poderoso do Brasil, abordando o uso da Análise de Redes Sociais (ARS) para identificar atores e suas interações.

O debate que se seguiu às apresentações foi mediado por Jairnilson Paim (ISC/UFBA) e possibilitou a troca de perspectivas sobre o papel das redes de pesquisa na defesa do sistema de saúde.

A segunda mesa foi coordenada pela professora Yara Oyram Ramos Lima (ISC/UFBA), coordenadora executiva do OAPS, e teve como foco as experiências de observatórios e redes de pesquisa na área de saúde.

Eduardo Melo, vice-diretor da Escola de Governo em Saúde da ENSP (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e coordenador geral do Observatório do SUS, iniciou os trabalhos destacando os objetivos e motivações para a criação do Observatório do SUS. Melo ressaltou a importância de ampliar a compreensão do Sistema Único de Saúde (SUS) em toda a sua complexidade e de integrar as perspectivas de diversos atores, tanto internos quanto externos à ENSP.

Ele explicou que o Observatório do SUS tem como foco o debate de questões estruturais, contemporâneas e emergentes que impactam o SUS, buscando proporcionar um olhar crítico e integrado sobre as políticas de saúde e suas implementações. Durante sua apresentação, Melo também compartilhou as experiências do Observatório em relação às atividades e projetos desenvolvidos, destacando os temas estratégicos que orientam as ações da instituição e os desafios enfrentados no processo de análise e monitoramento das políticas públicas de saúde.

Além disso, Melo destacou o papel da comunicação nas atividades do Observatório, enfatizando como ela tem sido crucial para alinhar os objetivos estratégicos e facilitar a implementação das iniciativas. Ele apresentou as estratégias de comunicação adotadas, que buscam garantir a visibilidade das ações do Observatório e promover um diálogo constante sobre os desafios e avanços no SUS.

Em seguida, Lígia Bahia, coordenadora do Grupo de Pesquisa e Documentação sobre Empresariamento na Saúde (GPDES/UFRJ), falou sobre os avanços na formulação do Observatório da Desprivatização da Saúde no Brasil, abordando os estudos preliminares e o planejamento das etapas de implementação. Na sequência, Fernando José Pires de Souza (UFC) compartilhou a experiência do Observatório de Políticas Públicas, uma iniciativa de extensão universitária que inclui a saúde como área temática.

Finalizando as apresentações, Marcele Paim, do Conselho Gestor do OAPS, destacou os princípios e processos organizacionais do OAPS, refletindo sobre suas produções e os desdobramentos dos 10 anos de atuação do Observatório de Análise Política em Saúde.

A oficina foi encerrada com um debate no qual destacou-se o potencial dos observatórios como espaços de análise, interlocução e ação colaborativa. Os participantes discutiram desafios para a sustentabilidade dessas iniciativas e a importância da colaboração entre observatórios para fortalecer a incidência nos debates do campo das políticas de saúde.

O coordenador geral do Observatório do SUS, destacou a relevância da atividade para o Observatório do SUS, reforçando o papel da troca de experiências e da articulação entre diferentes instituições. “O intercâmbio entre observatórios que abordam políticas de saúde é muito importante tanto pelos aprendizados mútuos que pode propiciar quanto pela possibilidade de iniciativas técnico-políticas sinérgicas,” afirmou Melo.

Por Júlia da Matta


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