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ENSP recebe gestores municipais de diferentes regiões do país para oficina e entrevistas sobre uso de tecnologias digitais na gestão do SUS 

Por Observatório do SUS

Foto: Virginia Damas (ENSP/Fiocruz)

Nos dias 27 e 28 de agosto, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) recebeu gestoras e gestores municipais das cinco macrorregiões brasileiras para participar de uma série de entrevistas e de uma oficina sobre o uso de tecnologias digitais na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A atividade foi coordenada por Mariana Vercesi de Albuquerque, pesquisadora da ENSP/Fiocruz, e organizada pelo Observatório do SUS (ENSP/Fiocruz), em parceria com o projeto “Implicações das Tecnologias Digitais nos Sistemas e Serviços de Saúde”, da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, sob coordenação especial ligada à Presidência da Fiocruz, por meio da Iniciativa Saúde Amanhã, dedicada à prospecção do sistema de saúde brasileiro. 

O objetivo da série de entrevistas foi registrar, analisar e divulgar experiências relevantes de uso de tecnologias digitais na gestão do SUS, com foco especial na Atenção Primária à Saúde (APS). Para promover trocas e reflexões mais aprofundadas, a programação incluiu, no segundo dia, uma oficina em formato de roda de conversa, oferecendo um espaço coletivo de escuta, diálogo e compartilhamento das experiências municipais no campo da saúde digital. 

Para o coordenador do Observatório do SUS e vice-diretor da Escola de Governo em Saúde da ENSP/Fiocruz, Eduardo Melo, a iniciativa reforça o papel estratégico do Observatório. “A agenda de tecnologias digitais tem importância estratégica no contexto mais amplo da digitalização do SUS. Ao acompanhar e dar visibilidade às experiências municipais, o Observatório do SUS cumpre sua missão de contribuir para que a gestão pública de saúde seja fortalecida a partir do diálogo com a academia e com os serviços. Esta oficina representa um dos esforços que temos feito para aproximar esses campos e reforça que a saúde digital é uma das pautas que vêm sendo acompanhadas pelo Observatório.” 

Foto: Virginia Damas (ENSP/Fiocruz)

Participaram da agenda gestores e gestoras de diferentes regiões do país, como Glória Araújo Pereira, Coordenadora da Rede de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande/MS; Gustavo Godoy, Gerente Geral de Saúde Digital da Secretaria de Saúde do Recife/PE; Jane Sescatto, superintendente de Gestão da Secretaria Municipal de Curitiba/PR; Larissa Cristina Terrezo Machado, Superintendente de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro/RJ; Rachel Cristine Diniz da Silva, Gerente de Planejamento e Projetos da Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha/ES; Sanay Souza Pedrosa, Diretora do Departamento de Inteligência de Dados da Secretaria de Saúde de Manaus/AM; e Tatiane Filipak, Secretária de Saúde de Curitiba/PR. O grupo trouxe olhares diversos sobre o processo de digitalização do SUS, tanto pela trajetória profissional de cada convidado quanto pela atuação em diferentes funções de gestão, garantindo a representatividade nacional e enriquecendo os debates.  

De acordo com Anamaria Schneider, assessora do Observatório do SUS, a aproximação entre diferentes atores foi um dos pontos mais relevantes. “Iniciativas como esta permitem não apenas conhecer inovações em curso nos municípios, mas também criar espaços de reflexão conjunta, aproximando gestores, serviços e pesquisadores. Esse movimento amplia a compreensão sobre os desafios da digitalização do SUS e fortalece a construção de respostas colaborativas”. 

Foto: Virginia Damas (ENSP/Fiocruz)

Durante as atividades, os participantes ressaltaram a importância de iniciativas como essa para dar visibilidade às experiências locais e criar um ambiente de troca entre diferentes cidades. Muitos destacaram que espaços de diálogo como o proporcionado pela ENSP permitem aproximar academia, gestão e serviços de saúde, ampliando a compreensão sobre os desafios e caminhos da transformação digital do SUS. 

A oficina, realizada no dia 28, buscou refletir sobre o papel das tecnologias digitais na gestão em saúde, os desafios de implementação e sustentação das iniciativas, e a integração dessas experiências às políticas nacionais de saúde digital. Em um ambiente colaborativo, as discussões valorizaram a diversidade de contextos municipais e a necessidade de fortalecer canais de escuta entre os diferentes níveis de governo. 

Foto: Virginia Damas (ENSP/Fiocruz)

De acordo com Marcelo Fornazin, pesquisador da ENSP/Fiocruz e coordenador do GTISP da Abrasco, “as entrevistas e a oficina foram muito importantes para a gente documentar, dar visibilidade e disseminar boas práticas de uso de tecnologias digitais e inovações de saúde digital na atenção primária e nos municípios do Brasil. Nós percebemos uma efervescência de iniciativas como telesaúde, sistemas de agendamento, redução de absenteísmo, vigilância em saúde e uso de dados para epidemiologia.” 

Ele ressalta que muitas dessas iniciativas estão em curso nos municípios, mas ainda sem o devido alcance nacional: “muitas vezes não conseguimos ter a real dimensão de quanto isso está espalhado pelo país. Reunir essas gestoras e gestores para discutir essas inovações permite perceber esse movimento e fortalecer, cada vez mais, o protagonismo dos municípios na área de saúde digital.” 

Foto: Divulgação (ENSP/Fiocruz)

Além da troca de conhecimentos, a atividade também promoveu conexões entre os participantes, que relataram sair do encontro motivados em continuar o diálogo iniciado na ENSP. 

Na avaliação de Mariana Vercesi de Albuquerque, pesquisadora da ENSP/Fiocruz e coordenadora da atividade, “os municípios estão liderando experiências importantes de uso de tecnologias digitais na gestão do SUS. Queremos enxergar, com amplitude e profundidade, o que está acontecendo hoje a partir dos municípios e precisamos dar visibilidade a essas experiências. A oficina constituiu um espaço privilegiado de diálogo e troca de aprendizados entre gestores e acadêmicos. Os resultados permitirão elencar grande parte das questões estratégicas e dos pontos críticos que permeiam o uso das tecnologias digitais no SUS, com foco na gestão do sistema. Os aprendizados podem apontar caminhos para inspirar outras experiências e colaborar com a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil e com o Programa SUS Digital. Todos ressaltaram a importância do Observatório do SUS ao dar espaço para a divulgação das experiências municipais, por meio das entrevistas com cada convidado e do relatório síntese da oficina.” 

As entrevistas em vídeo e materiais de acesso aberto serão publicadas em breve pelo Observatório do SUS, ampliando o conhecimento sobre as experiências em saúde digital desenvolvidas em diferentes municípios do país. 

 


 

Em outubro de 2024, o Observatório do SUS, em parceria com a equipe do projeto “Implicações das Tecnologias Digitais para o Sistema de Saúde”, da Iniciativa Saúde Amanhã/ Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, também promoveu um seminário sobre saúde digital e inteligência artificial no SUS. As políticas e experiências subnacionais de saúde digital no SUS, foram tema da segunda mesa do encontro, realizado em 31 de outubro na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). 

Acesse a cobertura das mesas do seminário e assista na íntegra 

Inteligência artificial: quais são suas potencialidades e desafios para o SUS?

Políticas e experiências subnacionais de Saúde Digital no SUS

por Júlia da Matta


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